Biografia do Monsenhor Álvaro Negromonte



Trazemos aqui a biografia do Monsenhor Álvaro Negromonte, dentre as quais lançamos recentemente sua obra: As Fontes do Salvador. Esta nota biográfica foi feita pela Editora José Olympio, que publicava suas obras no passado.

Segue ela:

"Se o sacerdote é um educador pela própria natureza de sua missão espiritual, educador sobretudo do ponto de vista moral e catequético, é necessário, entretanto, que nele se destaquem certas qualidades vocacionais inatas, e não apenas o sentido do dever religioso diante dos seres que lhe cabe conduzir e orientar no rumo das verdades sobrenatural e terrena. Evidentemente, a reunião, numa só personalidade de duas categorias espirituais tão próximas entre si — sacerdócio e educação — exige ou impõe certas qualificações, indispensáveis umas, desejáveis outras, que nem todos possuem em grau idêntico. Mas tais qualificações, no caso particular do autor desta obra — Monsenhor Álvaro Negromonte — ajustam-se harmoniosamente entre si com o sinal em verdade muito claro de uma autêntica vocação plenamente realizada.

De fato, se o autor deste livro possui as qualidades indispensáveis ao exercício de sua missão religiosa-educacional, possui também outras de todo desejáveis, que nem a todos é dado ter, como por exemplo os seus dons de escritor claro e limpo, sóbrio e discreto, que muito o ajudam no desempenho de sua atividade espiritual.

Nascido a 26 de outubro de 1901, no engenho Gameleira, município de Timbaúba (Pernambuco), e batizado a 8 de dezembro de 1901, Monsenhor Negromonte fez o curso primário na escola municipal de sua freguesia, ingressando a seguir no tradicional seminário de Olinda. Ordenando-se sacerdote a 8 de junho de 1924, foi designado logo após Diretor do Colégio Diocesano, e Capelão do Colégio Santa Cristina, em Nazaré. Vemo-lo, portanto, desde os primórdios de sua carreira, já ligado às atividades educacionais, prosseguindo uma tradição que a Igreja vem mantendo secularmente no Brasil desde a descoberta, desde que os primeiros jesuítas plantaram entre nós as sementes germinadas do saber temporal e da sabedoria divina. Mas não tardou que o jovem sacerdote abrisse novos caminhos para si e para sua missão religiosa, deixando o ambiente rural de Pernambuco em busca das cidades do sul.

Saindo da província natal em 1927, transferiu-se para Minas Gerais, onde passou a exercer a capelania do hospital de Ituna, para depois fixar-se em Belo Horizonte. E foi na capital mineira que o autor de O Caminho da Vida, integrou-se definitivamente na atividade catequética, setor educacional e intelectual que tanto brilho lhe daria à carreira sacerdotal.

Secretário do Arcebispado, Capelão do Hospital Militar, Cura[1] da Catedral, Professor e Capelão da Escola de Enfermagem Carlos Chagas, Professor de Catequética no Seminário de Belo Horizonte, fundador e Reitor do Instituto Católico de Cultura, Vice-Presidente da Sociedade Pestalozzi, e, finalmente, Diretor Arquidiocesano do Ensino Religioso, assim desdobrou-se a sua atividade prática e intelectual, dividindo-se entre o serviço de Deus e o serviço dos homens com o entusiasmo e a força de quem sabia realmente o que pretendia.

Mas a palavra falada, instrumento principal da atividade de Monsenhor Negromonte, pela limitação de seu alcance já não lhe bastava no púlpito ou na cátedra, junto ao altar ou junto aos discípulos que o ouviam divulgando o saber e a verdade. Em 1935, acrescentando à palavra falada a palavra escrita, publica seu livro de estreia — O Caminho da Vida — ao qual se seguiu Pedagogia do Catecismo, de 1936, que sintetiza os princípios pedagógicos de renovação catequética, realizada na série dos livros de textos.

Vinha de longe, contudo, sua experiência de escritor, pois desde os primeiros tempos de sacerdócio ele se dedicava à imprensa como atividade complementar e auxiliar da vocação religiosa. E de Minas, onde já seu nome se propagara com brilho como educador dos mais ilustres, veio para o Rio, centro irradiador por excelência, onde foi logo designado, em 1945, Orientador Educacional do Serviço de Assistência a Menores, do Ministério da Justiça e um dos mais ajustados sem dúvida à sua personalidade de desbravador e lutador pelas boas causas. Como educador, aliás, sua atividade continua fecunda: através das Semanas de Estudos que tem promovido em quase todo o Brasil; de suas concorridas conferências; de assídua colaboração na imprensa do país e, muito principalmente, através de sua numerosa obra toda ela publicada por esta Casa, onde em livros como Educação Sexual, Noivos e Esposos, e O que Fazer de Seu Filho, ele encara de frente, com prudência, mas sadia e indispensável objetividade já louvada por Tristão de Ataíde, os complexos e difíceis problemas da educação sexual e do matrimônio naqueles dois primeiros livros e os da educação dos filhos no último. Mas não apenas nessas obras está presente o Monsenhor Negromonte, pois o educador prolonga-se ainda nos vários textos para o ensino da religião, abrangendo os ciclos primário, secundário e normal. De par com sua atividade literária intensa através do livro, de conferências, do rádio (há cerca de dez anos dirige-se ao povo carioca no programa Palavra Sacerdotal, inicialmente da Rádio Cruzeiro do Sul e hoje da Rádio Guanabara) é Diretor do Ensino Religioso na Arquidiocese do Rio, para o qual foi nomeado em 1950. Monsenhor (Camareiro Secreto) de Sua Santidade, o Papa Pio XII desde 1956, Monsenhor Negromonte já representou o Brasil no Congresso Internacional de Catequética realizado em Roma em 1950, e sua vida continua sendo, por tudo isso, o cumprimento, já milenar, da ordem divina:

Ide, pois, e ensinai todas as gentes...[2]"

***

Republicamos até o momento 2 livros dele, são eles o: A Doutrina Viva e As Fontes do Salvador. Links com os primeiros Capítulos Grátis e mais informações:



PRESTIGIEM TAMBÉM OS LIVROS DELE LANÇADOS POR OUTRAS EDITORAS, UMA LISTA DESTES LIVROS PODE SER VISTA NESTE LINK


[1] NE: O mesmo que padre, algumas vezes também são chamados de Cura de Almas.
[2] NE: Complementando esta nota biográfica, o Monsenhor Álvaro Negromonte faleceu em 17 de agosto de 1964, duas horas depois do lançamento do seu livro A Eterna Aliança.

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