Polêmica sobre o Matrimônio com um Pastor Batista, por Padre Julio Maria de Lombaerde
Citemos mais um trecho batista:
“Todas as Escrituras ensinam clara e positivamente que o casamento é uma instituição divina, estabelecida por Deus, e, consequentemente, é um estado de santidade (Hb 13, 4; Pr 31, 10-28; Sl 127 (128)). É uma ideia inteiramente estranha às Escrituras, e falsa, que o matrimônio constitui uma espécie de impureza. O homem e a mulher no Jardim do Éden, antes de pecarem, receberam ordem de Deus: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra.”
Três pontos a distinguir neste trecho.
1. O matrimônio é um estado santo.
2. O matrimônio constitui uma impureza.
3. Todos devem casar-se.
Ninguém mais do que a Igreja ensina e defende a santidade do matrimônio... Os protestantes pervertem-no, contentando-se exclusivamente com o contrato civil [1]. Ora, contrato civil não é casamento religioso e Nosso Senhor no Evangelho não fala de direito civil, mas sim de direito divino. São, pois, duas coisas distintas. Os católicos adaptam-se ao contrato civil como cidadãos, mas nunca dispensam o matrimônio religioso como cristãos.
Quanto ao segundo ponto, é um absurdo. Quem é, caro professor, quem ensina que o matrimônio constitui uma espécie de impureza? Só sendo no Seminário Batista. Em que livro católico o senhor encontrou tal asserção? Naturalmente em um livro comunista. Abra qualquer pequenino catecismo e ali o senhor encontrará o seguinte:
“Que é o matrimônio?É um Sacramento que Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu para estabelecer uma santa e indissolúvel união entre o homem e a mulher, dar-lhes graça de se amarem e educarem cristãmente seus filhos.”
Eis a doutrina católica em toda a sua simplicidade e encanto. A Igreja considera e venera o matrimônio como um Sacramento instituído por Jesus Cristo... Ora, como é que um Sacramento, que é produtor de graça, pode ser uma impureza? Atribuir tais absurdos à Igreja não pode ser só ignorância; é calúnia, é despeito, é baixeza! E isto é indigno de um homem educado que se diz pastor e professor de exegese.
Se o amigo ignorar estes pontos fundamentais da religião católica, é melhor calar-se; pois para discutir é preciso conhecer o assunto em discussão, e para refutar é preciso conhecer o erro que se quer refutar. O que o professor não pode ignorar é que entre as coisas santas, uma pode ser mais santa que outra. Dar uma roupa nova a um pobre é melhor do que lhe dar simplesmente um copo d’água.
Casar é bom, diz São Paulo, mas continua ele: Não casar, para guardar a castidade, é melhor (1Cor 7, 38).
Maria Santíssima casou-se com São José: Fez bem. No casamento guardou a virgindade: Fez melhor! Jesus Cristo não se casou: Fez Ele bem ou mal? Se fez bem, o amigo deve calar-se e imitá-lO. Se ele fez mal, então o amigo faça o favor de repreendê-lO e de fazer melhor que Ele.
Fato curioso: os pastores protestantes querem casar todos os padres. Então não há mais liberdade? O padre não se casa porque quer imitar Jesus Cristo e os apóstolos. Os pastores se casam, porque não tem coragem de dominar a natureza para agradar a Jesus Cristo.
Os pastores se casam: fazem bem. Os padres não se casam: fazem melhor!
Eis a doutrina de São Paulo, da Igreja Católica e de todos os homens de bom senso.
[1]
NE: Em algumas denominações protestantes não há cerimônia religiosa de
casamento, apenas a civil; isto acontece, por exemplo, na Congregação Cristã do
Brasil.
TRECHO DO LIVRO:
A MULHER BENDITA DIANTE DOS ATAQUES PROTESTANTES - RESPOSTAS IRREFUTÁVEIS ÀS OBJEÇÕES PROTESTANTES CONTRA O CULTO DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA.
PADRE JULIO MARIA DE LOMBAERDE
ANO: 1936
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